quinta-feira, 17 de março de 2011

Entre idas e vindas


Relembre os grandes ídolos que viraram a casaca quando você menos esperava
Rivaldo no Palmeiras e São Paulo
Fotos: Gazeta Press
Rivaldo teve uma passagem vitoriosa no Palmeiras e espera repetir o sucesso pelo Tricolor
Coisas como “amor a camisa”, “jogar por paixão”, “um time pela carreira toda” são ideias que, todos o sabem, vão ficando no passado de um futebol mais romântico e de um mundo que era também muito mais simples.
Se antes era comum que o grande ídolo vestisse uma camisa qual segunda pele por toda a carreira, se identificasse com apenas uma torcida a ponto de virar uma bandeira dela, hoje o comum é precisamente o contrário: jogadores vão para onde melhor recebem, onde podem conquistar mais. O que não é necessariamente ruim, é só sinal dos tempos.
É o caso de Rivaldo, camisa 10 do São Paulo e que, antes de sua longeva carreira nos gramados da Europa e Ásia, tivera uma passagem meteórica e vitoriosa no Palmeiras.
O último choque-rei de Rivaldo foi em abril de 1996, pelo Paulistão. O Palmeiras venceu o São Paulo por 3 x 2, com gol de Rivaldo, inclusive.
Rivaldo tentou voltar para o Palmeiras após sua saída do Budyonkor do Uzbequistão. Mas a contratação foi vetada por Luiz Felipe Scolari e o jogador acabou acertando com o São Paulo.
Relembre outros vira-casacas famosos:

Marcelinho Carioca, por Corinthians e Santos
Fotos: Gazeta Press e Alexandre Battibugli
O Pé de Anjo deixou de ser apenas da Fiel e foi também do Peixe

Marcelinho Carioca (Corinthians -> Santos): Marcelinho foi o jogador que mais vezes gritou “é campeão” pelo Corinthians. Em 2001 o Pé de Anjo saiu do Timão e desceu a serra, aparecendo no Santos. A Fiel teve que engolir ver um de seus maiores ídolos atuando em um rival.
Marcelinho deixara o Corinthians em virtude de uma briga com Ricardinho. No Santos nem de longe repetiu o mesmo sucesso que tivera em suas passagens pelo Timão. Foram apenas 15 jogos do xodó da Fiel pelo Peixe e, embora tenha passado pelo time que seria, naquele mesmo ano, campeão brasileiro em cima do Corinthians, não pôde soltar o grito de “é campeão” pelo time santista.
Números:
Corinthians: 433 jogos/206 gols/10 títulos
Santos: 15 jogos/5 gols/nenhum título

Nelinho, lateral de Cruzeiro e Atlético-MG
Foto: Gazeta Press e Sérgio Berezovski
Nelinho, o homem que pôs a bola para fora do Mineirão com um chute, é ídolo de Cruzeiro e Atlético-MG

Nelinho (Atlético-MG -> Cruzeiro): Nelinho é um autor de proezas. Foi desafiado, por exemplo, a empregar a potência de seu chute para mandar uma bola para fora do Mineirão. Além disso, é um sujeito que consegue ser unanimidade entre as duas metades de Minas Gerais. Nelinho desponta como ídolo na sua passagem pelo Cruzeiro – fazia parte do elenco que levantou a Libertadores da América de 1976 – e também é ídolo no Atlético-MG. Nelinho foi tricampeão mineiro pela Raposa e no Galo conquistou o campeonato estadual por quatro vezes. Tanto o tri azul como o tetra alvinegro foram em sequência interrupta.
Sua saída do Cruzeiro esteve relacionada com o desgaste de 10 anos no clube. A aposta era na decadência do lateral-direito de 32 anos que, no entando, assinou com o Galo e teve cinco temporadas muito boas. Em 1983, seu segundo ano de Atlético, conquistou a Bola de Prata da PLACAR como lateral-direito.
Números:
Cruzeiro: 410 jogos/105 gols/5 títulos
Atlético-MG: 274 jogos/52 gols/4 títulos

Bebeto foi ídolo de Flamengo e Vasco
Foto: Rodolpho Machado e Gazeta Press
Bebeto conquistou as torcidas rivais de Flamengo e Vasco

Bebeto (Flamengo -> Vasco): O atacante leve, veloz e bom moço atravessou a década de 1980 colecionando conquistas no Flamengo que dominou aquele período. Bebeto ficou no Flamengo de 1983 , quando chegara do Vitória, até 1989. No período foi bicampeão brasileiro (1983 e 1987), além de levantar o Carioca de 1986.
Bebeto se transferiu de maneira polêmica ao time vascaíno em 1989 e por lá ficou até 1992. A passagem pelo Vasco teve, se não mais, ao menos o mesmo brilho. Bebeto integrou a equipe que encerraria o jejum de 15 anos ao conquistar o bicampeonato brasileiro em 1989. Além desse título, conquistou o Carioca de 1992.
Embora as passagens pelos dois rivais tenha sido repleta de títulos, Bebeto conquistou o coração das duas torcidas pelo qualidade, faro de gol e habilidade. No Vasco, embora não tenha conseguido conquistar o Brasileirão de 1992 a despeito da ótima campanha (e o pior: o Brasileirão daquele ano acabaria com o Flamengo), foi artilheiro da competição e conseguiu a primeira e única Bola de Prata da PLACAR de sua carreira.
Números:
Flamengo: 81 jogos/34 gols/3 títulos
Vasco: 53 jogos/28 gols/3 títulos